FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Exposição


Exposição


Curso na Pinacoteca do Estado de São Paulo


Seccomandi e Chaer juntos


» Publicada em 270909

Seccomandi e Chaer juntos em exposição

Daniel Carvalho

Arte dupla: Seccomandi e Chaer pela primeira vez juntos em uma exposição de artes
Pela primeira vez juntos em uma exposição, os artistas plásticos Paulo Seccomandi e Maurício Chaer foram convidados para a inauguração do Festival da Primavera, que foi aberta ontem, no Aruã Boulevard, com várias atrações culturais. Com cerca de 15 trabalhos, cada um, os artistas apresentam no evento uma pequena amostra de suas criações. A exposição ficará em cartaz até o dia 7 de outubro. O Festival da Primavera traz ainda algumas atrações musicais, como o grupo Choro Nosso, que se apresentará às 16h deste sábado, e o Quarteto Arco da Velha, que interpretará amanhã, a partir das 10h30, alguns arranjos de músicas populares, além de um repertório que vai do erudito ao popular. O destaque do evento, no entanto, fica por conta dos trabalhos de Seccomandi e Chaer, que tiveram a oportunidade de realizar um sonho antigo: expor juntos pela primeira vez. Além das telas coloridas e bem-humoradas de Seccomandi, a mostra apresenta uma nova vertente de Chaer, que agora produz esculturas em cimento, revestidas de pastilhas ou bolinhas de "gude". O artista também reúne alguns trabalhos em couro. O Aruã Boulevard fica na estrada do Itapeti, 100.

Exposição de Arte Popular no Nona Arte


» Publicada em 270909
"Arte popular conta trajetória de Ferrara"
Artista plástico Enzo Ferrara comemora 15 anos de carreira com um mostra que reúne suas melhores obras de arte

Marcelo Alvarenga

Ferrara: Artista comemora 15 anos de carreira; trajetória começou aos 9 anos
BÁRBARA BARBOSA da reportagem local

Apesar da pouca idade, Enzo Ferrara já está há 15 anos no meio das artes plásticas. Para comemorar o aniversário de carreira, o artista lança a exposição "Arte Popular", que reúne obras de vários momentos de sua trajetória, que teve início quando ele tinha apenas nove anos.Em cartaz desde quarta-feira passada, no Espaço Nona Arte (rua Dr. Corrêa, 691, centro), a abertura oficial da mostra será amanhã, às 19 horas, com a participação dos artistas do grupo Frontispício, do qual Ferrara faz parte, com declamações de poesia e música típica cigana, em alusão a uma das obras do artista. A exposição segue até o dia 7 de novembro, de segunda a sábado, das 11 às 22 horas. A entrada é franca. Na exposição, o visitante poderá conferir trabalhos distintos de Ferrara, que mostram sua evolução. Além de telas, estarão expostos artesanatos feitos a partir de desenhos e colagens. "Comecei fazendo artesanato, até descobrir o naif e me aprofundar nele com os painéis contemporâneos que faço hoje", diz ele. Dos quadros, o artista destaca a obra primitivista que mostra o Sagrado Coração de Jesus. "Esse não vendo, fica na minha casa", diz. E, ainda, uma tela que retrata a cultura cigana. "Fiz o quadro para representar a cultura popular. Usei bastante colagem, como de sementes", detalha.Ao completar 15 anos de carreira, Ferrara avalia seu trabalho de forma positiva. Ele conta que começou a se envolver com artes em Santo André, onde morou até 2004. Mas foi em Mogi que ele se firmou como artista. "Minha carreira evoluiu bastante a partir do momento em que vim para cá. Minha mãe sempre teve casa aqui, então, já conhecia a cidade antes de me mudar definitivamente. Aqui, me encantei pelas casas do centro, de arquitetura colonial, o que não tinha em Santo André. Comecei, então, a passar isso para minhas telas", lembra ele.Aos 24 anos, o artista aconselha os jovens que estão iniciando a carreira a serem persistentes. "No começo, a aceitação foi difícil, por ser jovem e estar iniciando. Mas, com o tempo, as coisas foram melhorando e hoje já sou reconhecido pelo estilo naif".

IMAGEM:ENZO FERRARA

TÍTULO: BICA SÃO JOÃO COM LAVADEIRAS, PAINEL REDONDO, 15X15CM, OLEO SOBRE TELA

Exposição de arte popular - Nona Arte


Enzo Ferrara pintando ao Vivo - 26-09-2009

Teia cultural


Marineis Dias e Enzo Ferrara em Sabaúna

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Artista plastica


Alaide Reis

Escultor em Madeira

Maguinho

Ator Felipe Saraiva - Está no filme " O poder e a Fé"


Felipe Saraiva

todo mundo junto e misturado


Eventos no beco do Sapo

Cinema no beco do Sapo

Eventos no beco do Sapo


Grupo Zapt

Eventos no beco do Sapo

Grupo vista Primavera

Poesias da escritora mogiana Elza Meirelles Chóla

Mãe

Quando parte, ela nem sabe
Que era a nossa própria vida...
Chora a casa, chora tudo
Chora a terra, comovida...
Os caminhos que passava.
As modinhas que cantava.
- Tudo lembra, a Mãe querida!
Elas partem, vão com Deus
Morar nas mansões mais belas...
Basta que olhe para o céu,
Se você desejar vê-las.
Pode acenar-lhes, até
E chamar com amor e fé:
- Elas viraram estrelas!

Elza Meirelles Chóla ( 1988)

Beleza Mogiana


Poesias da escritora mogiana Elza Meirelles Chóla


O tatu e a tartaruga

O tatu e a tartaruga
Tiveram uma briga feia
Por causa que a tartaruga
Falava da vida alheia.

Ela disse que o tatu
Era bicho pouco sério,
Que comia ( pior que urubu )
Defunto no cemitério.

O tatu ficou zangado,
Deu uma resposta legal:
- Defunto não é enterrado
Lá no fundo do quintal!

Depois perdeu a estribeira
E deu-lhe um certeiro tranco.
Ela encascou-se ligeira
E rolou pelo barranco.

Mas, foi nesse dia, porém
Que ela aprendeu a lição.
E não houve mais ninguém
A lhe chamar a atenção.

Elza Meirelles Chóla ( Escritora a 35 anos) – 1967

Moral da história: Quem “cuida”da vida alheia
Por costume ou discrição,
Não sabe que é coisa feia
Viver só de “Falação”...



O artista plástico NERIVAL RODRIGUES (ao centro) recebeu o título honorífico de Cidadão Mogiano, na noite de ontem, na Câmara. Foi em Mogi, onde está há 40 anos, que o pernambucano pintou sua primeira tela.

Nerival ganha título de cidadão mogiano



» Publicada em 170909


Homenagem mais que merecida

Daniel Carvalho


Pernambucano, mas morador de Mogi há mais de quatro décadas, o artista plástico NERIVAL RODRIGUES da Silva, que em novembro completa 40 anos de carreira, será homenageado pela Câmara de Mogi das Cruzes na noite de hoje com o título honorífico de "Cidadão Mogiano". Autoditada assumido, o pintor de telas a óleo, que já assinou mais de 7,5 mil obras, é elogiado pela habilidade com que conduz os pincéis, tendo como combustível uma invejável inquietação interior. Filho de pais agricultores, ele não é reconhecido apenas entre as duas serras que nos cercam. No exterior, reforça o ranking dos artistas plásticos mais consagrados do mundo. Já teve suas telas expostas em 18 países, sendo que algumas estão espalhados em acervos particulares. Só no Japão, um executivo coleciona 26 obras do artista. É impossível, aliás, se debruçar nos riscos e rabiscos de Nerival e não perceber influências de Henri Rousseau, um dos âncoras da arte primitiva, denominada naif, produzida por artistas não-eruditos e que não frequentaram escolas de arte. É neste elogiável grupo, inclusive, que o mais novo Cidadão Mogiano se encaixa com perfeição

Beco do sapo / Berço da cultura mogiana


imagem: Enzo Ferrara/ Banda Santa Cecilia

» Publicada em 180909



Berço da cultura mogiana



BECO DO SAPO comemora amanhã um ano de revitalização com várias atividades
Divulgação
BÁRBARA BARBOSA Da reportagem local


Parece que foi ontem, mas já faz um ano que a charmosa viela entre as ruas Senador Dantas e Coronel Cardoso de Siqueira, popularmente conhecida por BECO DO SAPO, no centro, passou por uma revitalização e vem, desde então, abrigando diversos eventos culturais da cidade. Para comemorar a conquista deste novo espaço, os artistas do grupo de artes Frontispício promovem uma exposição no endereço amanhã, durante todo o dia, das 9 às 19 horas. A mostra reunirá telas de vários tamanhos e estilos, de autoria dos integrantes do grupo, como João Ruiz, Zeti, Marco Aurélio, Enzo Ferrara, Marineis Dias, Nerival Rodrigues, Sirley Lacerda e Adelaide Lawitschka Swettler. Outros nomes da cidade também mostrarão seu trabalho durante o evento, entre eles a artista plástica Alaíde Reis, com telas de flores, o escultor Evaristo Gimenes (Maguinho), com esculturas em madeira e o fotógrafo Sandro Souza de Oliveira, com fotos artísticas e do BECO DO SAPO.Na exposição comemorativa haverá, ainda, espaço para diferentes segmentos artísticos. O grupo Zapt, de Mogi, levará para o BECO DO SAPO um espetáculo de teatro de bonecos. A apresentação será em homenagem ao Dia do Teatro, celebrado em 19 de setembro. No encerramento do evento, com início previsto para as 18 horas, será exibido o curta-metragem "O poder e a fé", de Felipe Saraiva, que foi premiado no último Festival de Cinema de Guararema. "Vai ser um cinema de rua e, se o público gostar, exibiremos outros filmes", diz Enzo Ferrara, um dos idealizadores da mostra. "Desta vez conseguimos democratizar bem e convidar não só artistas plásticos, mas também de outras áreas para expor no BECO DO SAPO", acrescenta.Para Ferrara, que participa de exposições no BECO DO SAPO desde sua restauração, o evento vem para consolidar um trabalho que, aos poucos, vem ganhando notoriedade. "Estava lá no dia em que a restauração foi entregue e participei de todas as exposições desde o início. No começo foi difícil, apenas eu e o Zeti expondo lá, praticamente. Hoje, o local já é referência e recebe visitantes de outras cidades", diz.

Beco do Sapo - 1 ano de revitalização


19.set.2009
imagem: ( Da esquerda para a Direita) Zeti, Felipe Saraiva, Elizeti, Alaide Reis, Maguinho, Enzo Ferrara.


RedaçãoBeco do Sapo tem encontro artístico

Foto: Jonny Ueda


ESPAÇO Após revitalização, o Beco do Sapo passou a receber diversos eventos artísticos, alguns deles organizados pelo grupo Frontispício
Há exatamente um ano, os mogianos puderam conferir a revitalização de uma importante viela da Cidade. Popularmente chamada de Beco do Sapo, a Travessa Coronel João de Souza Machado – entre a Rua Senador Dantas e o Largo Francisco Ribeiro Nogueira (antigo 1º de Setembro) – ganhou pintura nova, iluminação e voltou a ser um trajeto agradável para os pedestres. Hoje, a fim de celebrar a data e, principalmente, incentivar a preservação do espaço, o grupo Frontispício de Artes Plásticas organizará um evento especial.
A partir das 9 horas, o público terá a chance de apreciar as telas de João Ruiz, Zeti, Marco Aurélio, Enzo Ferrara, Marineis Dias, Nerival Rodrigues e Sirley Lacerda - todos eles fazem parte do Frontispício. Ainda foram convidados para expor Adelaide Lawitschka Swettler, Alaíde Reis, o escultor Maguinho e o fotógrafo Sandro Souza de Oliveira. Eliseti Costa Nunes, o Grupo Zapt de teatro e o ator Felipe Saraiva também estarão presentes no local.
Segundo Enzo Ferrara, a ligação do espaço com a arte vem desde o século passado. "O chão era de pedras portuguesas coloridas, o que chamava muita atenção de artistas", explica ele. E a viela realmente serviu de inspiração a vários nomes conhecidos de Mogi como Olga Nóbrega, por exemplo, que escolheu a via como uma das imagens dos cartões postais que produziu.
Porém, mais do que retratar, o grupo Frontispício se preocupa em ocupar o endereço com arte, de forma democrática. O termo utilizado por eles é manutenção cultural. É por isso que, além das obras de artes plásticas, no dia de hoje serão levados ao Beco do Sapo, uma performance de teatro. "Como 19 de setembro (ontem) é o Dia do Teatro, contaremos com o Grupo Zapt, que levará ao espaço o teatro de bonecos". Em um empreendimento comercial próximo ao local do evento, também será exibido o curta-metragem "O Poder e a Fé", com duração de 20 minutos.
Desde fevereiro último, com certa frequência, o Grupo Frontispício tem utilizado o local para a realização de iniciativas culturais. Procurar endereços populares, onde qualquer pessoa possa ter acesso à arte, é um dos principais objetivos de João Ruiz, Zeti, Marco Aurélio, Enzo Ferrara, Marineis Dias, Nerival Rodrigues e Sirley Lacerda, que se uniram neste ano para a promoção de exposições entre outras atividades.
História
O chão de pedras de tamanhos irregulares em tom avermelhado, por onde as pessoas passavam a pé, em carroças e charretes, era praticamente trajeto obrigatório para comerciantes que vendiam produtos no antigo Mercado Municipal. Entre 1920 e 1960, o chamado Beco do Sapo servia de ligação entre o Centro antigo - Rua Doutor Deodato Wertheimer, a Igreja Matriz de Santana, as centenárias igrejas das Ordens Primeira e Terceira do Carmo - e o antigo Largo 1º de Setembro, onde havia uma feira livre. O Beco ainda era passagem para a antiga biquinha do São João, fonte de água natural usada por donas de casas para a lavagem de roupas e atalho para o Mercado Municipal.
Após 1970, as pedras diferenciadas foram substituídas por paralelepípedos comuns. Houve uma época em que a degradação era tanta que o apelido de Beco do Sapo, devido à grande quantidade do anfíbio presente nas imediações, foi trocado por um outro, bastante pejorativo. O tradicional Beco era então chamado de Beco da Merda.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Matisse/ luxo, Calma e Volúpia

imagem: Matisse, na velhice, retratando uma modelo

O ano era 1908, e o francês Henri Matisse (1869-1954) causava raiva e confusão com suas telas de cores intensas, que violavam todas as convenções da arte tradicional. Uma revista convidou-o, então, a explicar-se. Matisse redigiu um texto breve, "Notas de um pintor", e assim apresentou seu ideal: "Sonho com uma arte de equilíbrio, de pureza, de tranquilidade, sem temas inquietantes ou preocupantes, uma arte que seja, para qualquer trabalhador cerebral, quer o homem de negócios, quer o homem cultivado, um lenitivo, um calmante mental, algo como uma boa poltrona onde ele possa relaxar do cansaço físico". Para um público que associava o pintor à palavra fauve – "fera", em francês –, o texto soou como provocação. Ao contrário de outros documentos célebres do modernismo, contudo, o manifesto de Matisse é totalmente desprovido de ironia. Como sua longa trajetória acabaria por demonstrar, a expressão da harmonia e da serenidade foi de fato o motor constante, e único, de sua criação. Motivo pelo qual ele afinal atraiu outro tipo de opositor: aquele que, sem negar sua importância histórica, como único rival plausível de Pablo Picasso no panteão modernista, não enxerga em suas telas nada mais que complacência. Com suas paisagens mediterrâneas, suas odaliscas lânguidas, seus aprazíveis interiores burgueses, seus arabescos decorativos, ele seria, de fato, o pintor adequado para uma era hedonista e superficial. Neste sábado, 5, a Pinacoteca do Estado, em São Paulo, inaugura a exposição Matisse Hoje – a primeira do artista no Brasil, com 93 itens, entre pinturas, desenhos, esculturas e gravuras. A ocasião é imperdível, não apenas para tomar contato com um nome central da cultura do século XX, mas para descobrir se há grandeza, ou apenas facilidade, nessa arte luminosa.
Engana-se quem imagina que a luz e a cor transbordantes das telas de Matisse são reflexos de uma vida sem dores. "Meu papel é apaziguar. Porque, de minha parte, eu também preciso de apaziguamento", disse ele certa vez. Filho de um comerciante remediado do norte da França, Matisse lutou contra a oposição do pai ao projeto de ser pintor e enfrentou privações financeiras até se estabelecer na carreira, às portas dos 40 anos. Sua saúde sempre foi frágil. Ele padecia de uma insônia severa e, da juventude à velhice, passou longos períodos acamado por causa de problemas no aparelho digestivo (nos anos 40, tinha certeza de que não resistiria a uma cirurgia para a retirada de um câncer – mas sobreviveu por mais de uma década, até os 84 anos). Como observou a historiadora inglesa Hilary Spurling, sua maior biógrafa, Matisse tinha justificativas pessoais de sobra para comparar a energia de seus quadros aos gritos patéticos de um homem que se afoga – o que fez em certa ocasião.
O historiador galês Raymond Wil-liams certa vez dividiu os modernistas em duas categorias: de um lado estavam os modernistas propriamente ditos – cuja atividade se circunscrevia à busca pela inovação estética radical. De outro, havia os vanguardistas – que também eram movidos por uma agenda política e pela oposição à "ordem burguesa". Matisse foi um modernista puro. Só esteve ligado a um grupo na época do fauvismo – um dos momentos mais fugazes na vertiginosa história dos "ismos" do início do século XX. Dali em diante, ele foi um partido de um homem só. Na única vez em que mostrou interesse por um movimento político, foi para desvesti-lo de tudo que nele era... político. Por volta de 1904, Matisse deixou-se inspirar por ideias anarquistas que lhe foram apresentadas pelo amigo Paul Signac. De tudo o que os anarquistas tinham a dizer, contudo, só lhe interessou a ideia de um futuro utópico, de liberdade e beleza. Nada de destruição da ordem social – muito menos por meio da violência. Essa "alienação" o tornou alvo da esquerda. No fim dos anos 50, comunistas franceses prometiam, uma vez que chegassem ao poder, transformar uma capela decorada por Matisse, na cidadezinha de Vence, num salão de danças. O pintor, a propósito, era ateu – as religiões também não o atraíram. Seu único absoluto foi mesmo a arte.
Matisse é, de fato, acolhedor. Livres de qualquer cerebralismo, suas telas são sempre agradáveis aos olhos. Mas isso não significa que seu trabalho seja "fácil", na acepção pejorativa do termo. Da mesma forma que uma bailarina transmite graça e leveza no palco sem que ninguém note os esforços excruciantes a que seus músculos são submetidos, por trás de suas obras há sempre virtuosismo e elaboração. A exposição em São Paulo contém inúmeros exemplos disso. Vindas do Centro Georges Pompidou, em Paris, as telas Interior em Nice, a Sesta (1922) e Odalisca com Calça Vermelha (1921) são uma amostra de sua obsessão detalhista com as texturas de tecidos e tapeçarias – uma herança de sua região natal, berço de grandes tecelões. O Torso Grego (1919) – uma das principais da exposição, pertencente ao acervo do Masp paulistano – evidencia suas reflexões incessantes sobre as questões da cor e do espaço. Matisse era incansável ainda na pesquisa de técnicas e materiais. Num período em que ficou de cama por causa de sua enfermidade intestinal, ele pedia a suas modelos e assistentes que pintassem pedaços de pano e papel em cores que ele mesmo preparava, em seguida os recortava na forma de figuras como andorinhas e conchas e os pregava em suas telas e livros ilustrados. O pintor considerava que uma obra só estava completa quando transmitia com precisão as sensações que ele desejava exprimir. A tela Natureza-Morta com Magnólia (1941) – que afirmava ser sua favorita – é um testemunho de quanto isso poderia ser árduo. Matisse a refez onze vezes.

A mostra traz ainda um vídeo sobre uma empreitada do artista na virada dos anos 50: a criação da já mencionada capela em Vence, no sul da França. Estimulado por uma noviça que fora sua modelo, o pintor desenhou todo o aparato do lugar, dos vitrais à batina dos padres. Reza uma anedota que, ao ciceronear uma visita de turistas à capela, Matisse foi questionado sobre sua inspiração ao concebê-la. "Eu a fiz para meu próprio prazer", disse ele. Ao que a madre superiora do convento objetou: "Pensei que o senhor havia devotado esse santuário a Deus". Matisse encerrou o assunto com uma declaração peremptória, para escândalo da madre: "Eu sou Deus". Na ordem das coisas, tal como concebida por Matisse, o artista é de fato o deus de sua obra. Em seus quadros, ele quis criar um éden. E se não for legítimo buscar na arte, se não um paraíso, ao menos uma promessa de felicidade, então, onde será?

Nerival Rodrigues recebe título de ‘Cidadão Mogiano’


16.set.2009


Redação:Nerival Rodrigues é ‘Cidadão Mogiano’

Foto: Jonny Ueda TALENTO


Artista plástico, Nerival Rodrigues encontrou em Mogi das Cruzes a fonte de inspiração para muitas de suas obras.


MARIANA NEPOMUCENO


Mogi das Cruzes tem sido fonte rica de inspiração ao longo dos últimos 27 anos para o artista plástico pernambucano Nerival Rodrigues. O traçado primitivista e as cores vibrantes estão presentes nas telas que retratam, principalmente, o folclore, as construções e passagens históricas da Cidade. Por conta desta dedicação a Mogi, amanhã ele recebe o título honorífico de "Cidadão Mogiano", na Câmara Municipal, às 20 horas.
Veterano nas artes plásticas e no fomento à cultura da Cidade, Nerival acredita que o título é um reconhecimento às suas ideias. "O artista morre, mas sua obra ficará viva para sempre", avalia, emocionado. E por pensar desta forma, ele mantém em paralelo à sua produção um trabalho voluntário. Desde de 1993, sempre que requisitado, ilustra as paredes de escolas e doa telas a entidades filantrópicas. "O artista deve ter este compromisso de filantropia. Tem um grande papel na sociedade", aponta.
E foi por pensar desta maneira que ele investiu parte da renda acumulada durante anos de carreira na realização da primeira Bienal do Alto Tietê em 2001, na cidade de Suzano. "Nas décadas de 60 e 70 tivemos a Associação Mogiana de Belas Artes (AMBA). Depois disso estagnou, cada artista cuidou do seu. Precisávamos de um movimento forte novamente", observa ele.
Além da preocupação em unir os artistas, Nerival Rodrigues também procura apoiar novos talentos. Enzo Ferrara é um de seus mais novos pupilos. "Temos o mesmo espírito. Já até pintamos uma tela juntos (a obra está em Santo André). Nunca tinha feito isso antes". O mestre ainda destaca outros nomes como Marineis Dias e Zetti.
"Temos que dar espaço a este pessoal. É claro que ninguém substitui ninguém. Wilma Ramos, por exemplo, é uma perda inestimável. Um dos maiores nomes da arte mogiana". Apesar desta dedicação aos novatos, o artista plástico, em raras vezes, foi professor. "Não tinha tempo suficiente. Mas sempre me comuniquei com alunos de artes plásticas", comenta.
Quando o assunto é o mercado das artes, o pintor acredita que existem dois caminhos possíveis: um que é totalmente comercial e outro aliado ao social. O primeiro está associado ao pop arte, a linguagem mais acadêmica e o abstrato. O segundo as obras que trazem um conteúdo de contexto histórico-social. "Optei pelo caminho mais histórico e consegui sobreviver da arte, mas as minhas telas são bem acessíveis", garante ele.
Passado
Quando busca na memória toda a sua trajetória, o artista plástico, natural de Garanhuns, Pernambuco, não esquece dos importantes incentivadores importantes de sua carreira. Para ele a gratidão é um gesto necessário. Entre estas pessoas, Nerival Rodrigues destaca Lígia e Luiz Carlos Madureira, Valdir Melo – secretário administrativo de Jundiapeba, a família Feffer, entre outros. "O grupo O Diário também foi muito importante. Seu Tote (Tirreno Da San Biagio, diretor responsável de O Diário) sempre me deu espaço e para outros artistas também. Foi no saguão do jornal que fiz minha primeira exposição individual", recorda-se.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Evento: 1 Ano de Revitalização do Beco do Sapo


Grupo de arte Frontispício, formado pelos artistas (João Ruiz, Zeti, Marco Aurélio, Enzo Ferrara, Marineis Dias, Nerival Rodrigues, Sirley Lacerda e artista convidada Adelaide Lawitschka Swettler).

Artistas convidados para o evento:

Alaíde Reis, pintura em tela, temas de flores;
Maguinho, escultor, escultura sobre madeira;
Sandro Souza de Oliveira, fotos artísticas e do Beco do Sapo;
Eliseti Costa Nunes e Grupo Zapt, teatro de bonecos;
Ator Felipe Saraiva, com o filme “ O poder e a fé”, da produtora Saraiva Filmes.

Descrição do Evento:

Dia: 19/09/2009
Horário: das 09:00 às 19:00 Horas
Local: Beco do Sapo, Passagem entre a rua Senador Dantas e Coronel Cardoso de Siqueira, centro de Mogi das Cruzes.
Informações: sac do veran
Com participação dos artistas no local.

Evento de comemoração de um ano de revitalização do beco do sapo, com exposição de telas, fotos e escultura em madeira;
Dia 19 de setembro é dia do Teatro e faremos uma homenagem com o Grupo Zapt, que levará ao espaço o teatro de bonecos.
O encerramento do evento, vai acontecer no período das 18:00 às 19:00 horas, quando será apresentado o filme curta metragem “O poder e a fé”, que tem uma duração de 20 minutos, e se o público gostar, será apresentado outros filmes de curta metragem.
Objetivo:

Comemorar um ano de revitalização do Beco do Sapo, sem depredações;
Democratizar o acesso à Arte Plástica, Cinema e Cultura em geral.
Fazer uma manutenção cultural no Beco do Sapo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

1ª Pinacoteca Particular do Alto Tietê




G
R
A
N
D
E
I
N
A
U
G
U
R
A
Ç
Ã
O
Imagem: (Direita) Professora Yohana numa apresentação de Dança Cigana e ( Esquerda) artista plástica Adelaide L. Swettler pintando ao vivo
29-08-2009 - inauguração da Pimeira Pinacoteca Particular do Alto Tietê.

1ª Pinacoteca Particular do Alto Tietê


» Publicada em 280809


Frontispício lança Pinacoteca do Alto Tietê


O grupo de arte Frontispício realiza amanhã a vernissage da 1ª Pinacoteca do Alto Tietê, que reunirá mais de cem obras de vários artistas da região no Espaço Oásis. Trabalhos em arte acadêmica, naïfe, espatulado, abstrato, cerâmica, entre outros estilos poderão ser conferidos no local, sempre das 10 às 17 horas. A entrada é gratuita. O Espaço Oásis fica na rua Brás Cubas, 258, centro, Mogi.
No dia 29 de Agosto de 2009, o grupo de arte Frontispício inaugurou a 1ª Pinacoteca Particular do alto Tietê, houve apresentação de Dança Cigana com a Professora Yohana e o artista plástico Enzo Ferrara, comtaram com a presença do Escritor mogiano Auro Malaquias, a artista plástica Adelaide L. Swettler pintou ao vivo e o artista plástico Marco Aurélio ( imagem) fez caricaturas e retratos do convidados.