FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

painel de Nerival Rodrigues

Ao fundo a serra. No centro, os prédios, o avanço da Cidade. Na lateral, as crianças da periferia brincando, empinando pipa. Em uma mesma tela, Nerival Rodrigues traz todas estas cenas. Uma marca do trabalho desenvolvido pelo artista plástico, considerado um dos grandes nomes do estilo naif (primitivista) de Mogi das Cruzes. O quadro em questão é apenas mais um entre os muitos já produzidos por ele que agora está reproduzido em um painel instalado no estacionamento da loja Mar e Mar, esquina da Rua Duarte de Freitas com a Avenida Narciso Yague Guimarães.

A obra de Nerival, no local, faz parte de um projeto articulado pelo arquiteto e produtor cultural Paulo Pinhal. Desde o primeiro semestre do ano, ele convida artistas plásticos da Cidade para expor na loja. Além do grande painel no estacionamento, os participantes também levam peças ao interior do endereço. Esta é a terceira mostra realizada na Mar e Mar. Nas edições passadas o público conferiu as criações de Paulo Seccomandi e Mauricio Chaer.

"As exposições geralmente ficam em cartaz de acordo com as estações do ano, o que também interfere na troca das coleções da loja", comenta Pinhal. Um dos diferenciais desta terceira edição do projeto é a dinâmica. Isso porque, Nerival tem trocado as 10 telas presentes no interior do espaço. "Ele tem renovado e isso é legal porque é uma oportunidade de ver mais coisas dele", aponta.

Ainda em parceria com Nerival, Pinhal pretende realizar uma exposição da maior tela já produzida pelo artista plástico. Durante o Festival de Inverno Serra do Itapety 450 Anos, em Taiaçupeba, ele finalizou a peça, na qual retrata o meio ambiente e o homem. "A obra é enorme (8 metros), a maior no estilo Naif da América Latina", comenta o produtor. A mostra será promovida nas instalações da Todeschini, provavelmente, em outubro.

O artista plástico acrescenta que ainda pretende levar a tela para outros espaços. Sua maior vontade era de colocá-la em um local público. "De repente em uma estação de trem da Cidade. Mas sei que, infelizmente, elas não acomodariam devidamente", observa. Além de estar envolvido com a exposição e a possibilidade de levar o maior quadro da carreira a outros endereços, Nerival tem realizado trabalhos sociais, em parceira com escolas, a fim de estimular a produção da arte.

"Vemos tantos garotos perdidos por aí, com tanta possibilidade. Percebo o quanto as crianças gostam de pintura. A Cidade ganharia muito com um museu de arte", aponta ele. Pinhal concorda. Para o arquiteto, apesar de muitos espaços para exposições já terem surgido em Mogi, falta um local com estrutura totalmente voltada a eventos como este. "Estamos sempre conversando, articulando as coisas. Quem sabe não conseguimos uma pinacoteca, muito em breve".

Internacional

Por diversas vezes Nerival já esteve em solo estrangeiro para expor suas obras. No ano que vem, partirá novamente para os Estados Unidos e também há possibilidade de expor no Japão. a


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