FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Israel Macedo comemora a conquista de duas premiações internacionais e a maior visibilidade de seus trabalhos

Regiane Diniz Da Reportagem Local
Divulgação
Para 2011, Macedo foi convidado para expor os seus trabalhos no Principado de Mônaco, em Paris

O artista plástico mogiano Israel Macedo está festejando as conquistas de 2010, ele acaba de receber o prêmio "Prix Spécial 2010" no Salão de Artes de Paris, Société Nationale de Beaux-Arts no Carrousel Du Louvre, que foi realizado de 16 a 19 de dezembro.

Israel Macedo esteve na exposição com a escultura "O Bipolar", conhecida no meio artístico durante o ano, e também apresentou um novo trabalho, a escultura "O Grego, para a mais bela", inspirada na lenda da Maçã de Deus da discórdia, o fato provocou a guerra de Troia.

O Salão de Paris deste ano teve como artista principal o também brasileiro Romero Britto, que ocupou uma grande área do local, onde pôde mostrar os seus últimos trabalhos, dentre eles um retrato da cantora e pop star Lady Gaga. Britto é conhecido mundialmente por seus quadros coloridos e trabalho variado.

No mesmo ambiente havia a exposição dos trabalhos de uma delegação brasileira com 19 artistas selecionados por curadores paulistas, dentre eles Israel Macedo.

O artista mogiano tem se destacado nos últimos anos, em especial em 2010, quando iniciou o ano participando da Bienal Internacional de Arte de Roma, com a escultura "O Bipolar", com a qual recebeu uma premiação. Macedo também é o vencedor do troféu Super Cap de Ouro como Artista do Ano de 2010. Em 2011,o artista vai expor no Principado de Mônaco.

domingo, 26 de dezembro de 2010

2011 inaugura SALÃO DE ARTES ALFREDO VOLPI.

BOM! ESTE É UM SONHO DOS ARTISTAS REGIONAIS,QUE NUNCA TEVE SEUS ARTISTAS DO PASSADO EM RESGATE DE MEMÓRIA ,TALVEZ CHEGOU A HORA?
Alfredo Volpi nasceu em Lucca, na Itália em 14 de abril de 1896 e morreu no Brasil, em São Paulo, 28 de maio de 1988. Foi um pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo. Uma das características de suas obras são as bandeirinhas e os casarios(SEU ATELIÊ E RESIDÊNCIA ERAM DIVIDIDAS ENTRE AS CIDADES DE MOGI DAS CRUZES E SÃO PAULO). Autodidata, começou a pintar em 1911, executando murais decorativos. Em seguida, trabalhou com óleo sobre madeira, consagrando-se como mestre utilizador de têmpera sobre tela. Grande colorista, explorou através das formas, composições magníficas, de grande impacto visual. Em conjunto com Arcangelo Ianelli e Aldir Mendes de Souza formou uma tríade de exímios coloristas, foco de livro denominado 3 Coloristas, escrito por Alberto Beuttenmüller (Ed. IOB, julho de 1989). Trabalhou também como pintor decorador em residências da sociedade paulista da época, executando trabalho de decoração artística em paredes e murais. Realizou a primeira exposição individual aos 47 anos de idade. Na década de 1950 evoluiu para o abstracionismo geométrico, de que é exemplo a série de bandeiras e mastros ,(FESTAS DO DIVINO E JUNINAS DE MOGI DAS CRUZES). Recebeu o prêmio de melhor pintor nacional na segunda Bienal de São Paulo, em 1953. Participou da primeira Exposição de Arte Concreta, em 1956. Não pertenceu oficialmente ao Grupo Santa Helena, porém sempre ia visitar seus amigos que oficialmente participavam como Zanini e Rebolo , situado na Praça da Sé, em São Paulo. Faziam parte do Grupo Santa Helena os seguintes pintores: Aldo Bonadei, Mário Zanini, Clóvis Graciano, Fúlvio Penacchi, Rebolo e outros. Em 1927 , Volpi conheceu o seu grande amor : uma garçonete chamada Benedita da Conceição , apelidada de Judith . É quase certo que Judith tenha sido sua modelo para o quadro Mulata.
"Mogi das Cruzes" (1940)

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(PINTURA OLÉO SOB TELA DE 1957,RUA DE MOGI DAS CRUZES SENTIDO HOJE VILA OLIVEIRA ATRÁS DE CEMITÉRIO SÃO SALVADOR)ESTE ACERVO ENCONTRA-SE NA CASA DE CULTURA DE TERESINA(PIAUÍ)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Dalila Teles Veras entrevista RICARDO AMADASI


Numa tarde cálida de quase primavera, a última dos novecentos, Amadasi serve café e seus gestos largos orquestram o silêncio no ateliê do Riacho Grande, a Billings ao fundo. Meus olhos passeiam pelos contornos fortes de suas esculturas - mudas mas poderosas expressões - e podem ler ali uma possível resposta àqueles que preconizam a morte da arte. Sua fala mansa é a antítese de sua mensagem. A conversa risca a tarde como um buril a abrir veias e nervos na pedra. Seguem alguns momentos dessa conversa, registros do pensamento de um talentoso artista que não perdeu a capacidade de atear o fogo da indignação nesta virada de era e derrocada de valores.

Dalila: A sua arte traduz sua própria concepção ideológica de mundo?
Amadasi: Sim, em primeiro lugar, enquanto cidadão, depois, enquanto conceito de cidadania, é preciso ter uma postura e uma postura significa um conceito, uma idéia, um sonho a ser realizado. Sem dúvida, a arte como instrumento do homem pensante é portadora de uma ideologia. Eu me pergunto: as artes plásticas como exercício visual ou como reflexão? Arte para ver ou arte portadora de um conceito de vida? Arte para ver ou arte para ver e pensar? Este foi sempre o divisor de águas entre posturas, atitudes e pensamentos diferentes, quando não antagônicos.

Dalila: Então você concorda que a arte ainda tem uma função social?
Amadasi: Sim, junto a outras ações do homem, a arte tem a função de elevar o nível de consciências e sensibilizar as pessoas. Não estaria modelando, criando se não acreditasse no potencial de interferência de meu trabalho, se não, aquilo que restaria, seria um simples exercício do ofício, próprio para um jogo de um ego vazio e inútil. Se arte é um produto do ser, da essência, do existir, não há espaço para um brincar de faz de conta, alimentado por mercados ou pessoas interessadas em fortalecer seus próprios bolsos, ao preço neutralizador, pasteurizador ou vulgarizador do drama da existência humana.

Dalila: Está claro que você não copia a realidade e suas mazelas sociais, mas a recria através da arte. Além dessa vida que pulsa nas ruas, traduzida nas suas esculturas, você tem também uma preocupação estética?
Amadasi :Sem dúvida. Estética é transformar o sentido do que seja a beleza, dando um conteúdo para ela, pois a beleza não é apenas um fenômeno efêmero ou um mero jogo formal de cores, formas e composição, mas, simplesmente, ela faz sentido em função de um projeto que se chama ser humano e sua transformação. Trata-se da comunhão, da simbiose, do que é escultura, do que é prática e do que é ser humano. Esse casamento chama-se arte. As formas, as maneiras do sentir e do expressar são infinitas e graças a Deus que somos tão múltiplos, mas os conteúdos continuam sendo constantes e permanentes.

Dalila: Com tudo isso, você acredita que a arte é um elemento que possa contribuir para mudar o curso da história?
Amadasi: Acredito, porque, certamente, trata-se de um elemento perturbador. A arte deve ser verdadeiramente questionadora. A arte nunca foi, para mim, embalo para corpos cansados ou crises matrimoniais, sonho em ser um despertador dos sentidos, uma arte pensamento, uma rebeldia, uma posição, uma não acomodação e uma idéia. Qualquer gesto de resistência e ousadia. A escolha entre ser um bobo da corte, entretenimento ou lazer das elites ou questioná-las e participar. Existe uma enorme diferença em aparentar o que somos ou expressar realmente o que somos. Resistir e acreditar que tudo pode mudar. Sonhar é preciso.

Dalila: O que você acha do conceitualismo predominante na arte atual?
Amadasi: Do conceitualismo ou da falta de conceitos? Eu penso que é necessário vivenciar e repensar os conteúdos vitais e constantes dos seres humanos. No caso das artes plásticas, a partir de Leonardo da Vinci, há uma história humanista, segue uma perspectiva humanista através da cultura. Não pensar, não sentir, ou não entender o conceito disso é não conceituar a arte, é perder o conteúdo de vida. Uma arte sem conteúdo nem fundamento não vale a pena ser vivida. Não tem função social ou sensível, não é transformadora. É esse o vazio que enfrentam os artistas neste momento e que reflete o vazio que vai na cabeça das pessoas. Eu me pergunto como alguém pode fazer algo no qual não acredita? Se a arte não serve, façamos algo mais útil, outras atividades. Denise Stoklos diz: como as pessoas podem estar satisfeitas com suas pequenas conquistas, com suas propriedades, quando tudo está cada dia mais vazio?

Dalila :Dentro dessa sua visão e dessa sua postura, como é que você dialoga com a chamadas vanguardas artísticas?
Amadasi: Muito bem, com bastante humor e um pouco de ironia. Eles me contam que, nesta temporada, a saia vem mais longa e a cor do momento puxa para o floreado. Para mim, isso não vai além de um jogo transitório, fácil, modismos de efêmero consumo. Não vale a pena ser levado a sério e discutido. A arte, ou tudo o que mereceria ser chamado assim, nunca copiou de forma servil, aleatória e mecânica. Para quê? Para sentir que somos parecidos, quando não idênticos a outras realidades tão diferentes da nossa? Para que se travestir, se iludir vestindo roupagens do que nunca chegamos a ser, ou será que não queremos aceitar o que somos?
Pelo contrário, toda arte e cultura que teve um fundamento, surgiu dos mais profundos sentimentos coletivos, históricos e condições reais de um povo. Tem raízes dentro de si, tem um olho aberto para fora e outro olho sensível para sua própria realidade, sua singularidade.
É a capacidade que tem o homem para olhar dentro de si profundamente - evitando seu próprio umbigo - e descobrir que somos diferentes porque as condições são absolutamente diferentes, somos parte real de um continente de desafios abertos e ainda problemáticos.
Quanto às chamadas vanguardas, elas vão cansar de trocar de roupa - disfarces, cores, máscaras - apenas aparências, para depois perceberem que estavam despidas.

Dalila: Você acredita que haja, no Brasil, discriminação estética?
Amadasi: Quando Picasso criou “Guernica” em Paris, acusando as atrocidades do fascismo espanhol, e o desrespeito pelo direitos humanos, expressando a injustiça social e a intolerância foi tachado de panfletário. Quando, em 1944, Picasso disse: agora compreendi que devo combater não somente através de minha arte mas através de todo meu ser, foi acusado de militante. O nosso final de século está aí e continua sendo, mais do que nunca, uma catarse, uma confrontação aberta entre um humanismo profundo, histórico, aquele do Leonardo da Vinci, das imagens críticas de Bruegel, dos mistérios de Hieronymus Bosch, lutando contra todo o tipo de inquisições, torturas ou inventos de massacrar gentes.

Dalila: Como você avaliaria a passagem de sua fase anterior, considerada pela crítica como surrealista - a do sonho e da imaginação - para a atual fase, uma arte, digamos, humanista, que olha o homem e as suas mazelas sociais?
Amadasi: Avaliaria de um outro ponto de vista. Eu trabalhei muito em cima do sonho, eu tenho uma vida de sonhar muito, sempre trabalhei em função dos meus sonhos, e ainda os registro pois é um material inesgotável e riquíssimo. Quando se trabalha com uma realidade, ela é social, mas, muito em especial no Brasil, ela é extremamente surrealista, supera a fantasia. Não houve, na verdade, essa transição, eu continuo vendo a realidade e registrando o sonho.

Dalila Fale um pouco de sua proposta hoje, a de falar dos deserdados, os excluídos...
Amadasi Não posso deixar de registrar em minha obra o que vejo a cada dia e o que vejo é um mundo onde reina uma desigualdade atroz, um mundo onde uma infinidade de seres não têm a mínima possibilidade de sair da alienação, submetidos a uma crueldade inaudita, que gera uma cadeia de fracassos. Minha proposta é trabalhar com os marginalizados como um retrato vivo, criando uma galeria dos deserdados e oprimidos, expressando o universo frívolo, estúpido, consumista e insensível desta sociedade.
Num mundo do qual somos parte, de enormes massas humanas à beira do desespero pela falta de possibilidades, de caminhos, que sentido teria fechar os olhos e fingir que não vemos, que não sentimos? O que seria da sensibilidade no dia em que tudo passasse a ser normal, como a indiferença, a omissão, a postergação de respostas concretas? Aí perguntamos e nos perguntamos: cadê a liberdade, o direito de reagir dentro de uma cultura que transforma o grito e a dor em banalidade?
Denunciar a impiedade de um mundo contemporâneo através de uma arte que não, copia a realidade, mas a questiona e até a retoma, partindo da força da indignação e do espirito da dor, é a idéia principal do meu trabalho.

São muitos os projetos de Nerival Rodrigues para 2011. Mas parte deles ainda precisa ser mantida em segredo porque necessita da confirmação de outros colaboradores. O que ele já pode adiantar é que no próximo ano deve passar uma temporada fora do País. Viajará para os Estados Unidos, onde ao lado de outros artistas plásticos do mundo promoverá uma exposição em um museu de Miami. Também deve levar algumas de suas telas para Alemanha e Portugal.

"Lá nos Estados Unidos e no Canadá também as minhas obras devem passar por 18 cidades. É um projeto que já venho preparando há tempos", comenta. Antes, porém, ele comemora a escolha de uma de suas obras intitulada "O Homem e a Natureza", para ilustrar dois calendários que circularão pelo Brasil. Um deles é da empresa Lapiendrius, de Itaquaquecetuba. "Foi o senhor Carlos Lapique que gostou e me convidou", explica Nerival.

O outro foi adotado pelo deputado Tadeu Veneri (PT). "Ele encontrou referências do meu trabalho na internet. Ele queria algo que retratasse essa relação do homem com o campo, a natureza", diz o artista plástico.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

De olho nesta MULHER !

Ana de Hollanda: a primeira mulher no Ministério da Cultura
Dentre os projetos vitais que Ana deverá encarar no MinC, em tramitação no Congresso, o principal é o ProCultura
Jotabê Medeiros
Da Agência Estado
Divulgação
Pequena leonina de 1m60, a nova ministra terá de se bater com questões complexas

"Se lembra quando toda modinha falava de amor?/Pois nunca mais cantei, Oh maninha", diz a letra de "Maninha", de Chico Buarque de Hollanda.

A maninha de Chico, Anna Maria Buarque de Hollanda, de 62 anos, também vai demorar agora para voltar a cantar. Acaba de ser nomea-da a primeira ministra da Cultura do Brasil pela presidente eleita, Dilma Rousseff. A agenda de ministro de Estado é elétrica e o último ministro-cantor, Gilberto Gil, teve de rebolar para conseguir conciliar a carreira com o cargo - só lançou um disco em seis anos.

Pequena leonina de 1m60, Ana de Hollanda (codinome artístico que escolheu) vai ter de se bater com questões complexas, de naturezas diversas, como ampliar o orçamento de R$ 2 bilhões (ou consolidá-lo, já que está ameaçado de contingenciamento).
Para Eduardo Saron, diretor do Instituto Itaú Cultural, a experiência localizada de Ana (foi secretária de Cultura em Osasco e do Centro Cultural São Paulo) é um trunfo: "A arte, como a cultura, não se dá no Estado ou na União, mas sim nos municípios. A cidade é a primeira esfera cultural do ser humano". O grande teste será em terreno legislativo - Anna terá de se tornar conhecida e palatável entre congressistas, onde estão no momento marcos legais decisivos para o setor. Dentre os projetos vitais que Ana deverá encarar em seu début no MinC, em tramitação no Congresso, o principal é o ProCultura (que reforma a antiga Lei Rouanet e cria fundos de incentivo direto).

sábado, 18 de dezembro de 2010

CAÇULA DO GRUPO


MARCIO MAGO, CARICATURISTA E MUSICO,residente no município de Ferraz de Vasconcelos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Artistas mogianos

Nos anos de 2000 e 2001 dirigi na Universidade Braz Cubas a parte cultural de dois grandes eventos, primeiro o Brasil-500 anos e, o segundo, o Congred, voltado à Educação. Para ambos,chamei um enorme número de artistas das mais variadas modalidades. Montamos salas dignas de visitas internacionais com arte sacra da região. Vieram artistas plásticos, escolas de balé, cantores das casas noturnas, houve teatro, enfim, toda uma parte cultural que completou a parte científica desses eventos.


Fora, havia tendas de lona para as apresentações musicais. No segundo evento, o senhor Jam pegou uma sala para fazer uma montagem. As outras salas foram pouco a pouco se enchendo de obras de arte e artesanato. No último dia da montagem, chegou um artista atrasado com duas pequenas telas debaixo do braço, mas não havia lugar para ele. Fui então à sala de Jam e pedi a ele um cantinho para os dois quadros. Ele negou-me o cantinho alegando que os quadros prejudicariam a "instalação". Não gostei de sua atitude egoísta, não retruquei, mesmo tendo autoridade de tirar-lhe aquela sala (autoridade que me foi concedida pelo saudoso Dr. Motta). Fui até o fundo do corredor onde o artista Ismael Mendonça montava sua exposição de fotografias, belíssimas, por sinal e, também de máquinas fotográficas antigas. Perguntei a ele se ele teria um espacinho para os dois quadros, e ele respondeu, amoroso. "Legal, põe as telas em frente àquela coluna, que elas vão dar um contraponto bacana para minha sala".

Passaram os anos, e o desmemoriado Jam passa a me procurar porque sabe que eu adoro os artistas de Mogi, coleciono obras, respeito sua produção. Tenta reunir alguns artistas, cedo minha casa e foi assim que percebi o motor de suas birras. Elas nada têm a ver com a Bienal. São produto de pura inveja das obras de Bellini, que estão aparecendo.

Quando quebrei o pé, Jam veio "chez moi" pedir ajuda financeira porque estava sem Internet, telefone etc. Vi as contas sem pagar. Elas já eram renegociação de dívida anterior. Ora, isso aconteceu justamente quando um diplomata palestino aqui refugiado, estava internado no SUS, "in extremis", e, mesmo sem andar eu conseguia dar apoio humano e financeiro à esposa, seu filho e meu filho, que se revezavam na cabeceira do senhor. Então expliquei ao Jam "que eu não podia desvestir um santo para vestir outro", isto é, meu dinheiro não dava para tudo. Qual não foi minha surpresa quando li no jornal de domingo, este sujeito usando, em negrito, minhas palavras cinicamente. Ora, Jam, vá trabalhar, pague suas contas e não me encha o saco. Aos outros artistas, dedico todo o meu amor.


Ivone Marques Dias
é doutora em História pela USP e colabora às quintas-feiras.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"Sol sobre paisagem",

Quadro bate recorde ao ser vendido por R$ 3,5 milhões em leilão

Obra "Sol sobre paisagem", do cearense Antônio Bandeira, foi arrematada por um colecionador misterioso na última terça-feira

Olívia Alonso, iG São Paulo | 08/12/2010 12:25

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"Dou-lhe uma, Dou-lhe duas...Vendido!" Assim a obra mais cara já leiloada no Brasil trocou de mãos na noite da última terça-feira, em São Paulo. “Sol sobre paisagem”, um conjunto de três telas do cearense Antônio Bandeira (1922-1967), foi arrematada por R$ 3,5 milhões por um colecionador misterioso, que deu o lance por meio de um representante.

As telas eram o 74º lote da noite, de 104. Quando o leiloeiro Walter Rezende anunciou o valor, a sala ficou em silêncio. Não houve disputa pela obra de Bandeira, pois ninguém deu um lance superior a R$ 3,5 milhões. A expectativa da Bolsa de Arte, empresa que organizou o evento, era de que as telas pudessem chegar a R$ 4 milhões.

Assim que a venda foi confirmada, muitos dos 80 presentes no leilão, quase todos homens, sussurravam querendo saber quem é o novo detentor de “Sol sobre paisagem”. A curiosidade é natural, diz um colecionador que preferiu não ter seu nome identificado. “Leilões de arte acontecem quase diariamente em São Paulo, mas não com obras tão valiosas como esta, de um mestre”, afirmou.

Assim como a identidade do comprador não foi revelada, o vendedor também não era conhecido. A única informação passada pela Bolsa de Arte é que a obra pertenceu a Adolpho Bloch, fundador rede de televisão Manchete.

Painel 3

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Nova unidade do Sesc em São Paulo

Sesc Belenzinho: 50 mil metros quadrados de área construída

São Paulo ganha, neste sábado, um novo espaço cultural, com a reabertura do Sesc Belenzinho. Mas o correto seria falar inauguração, já que o local em nada lembra a antiga unidade do Sesc que ficou fechada por cinco anos para reformas. Os 50 mil metros quadrados de área construída são compostos principalmente por diversos espaços para prática de esportes, como piscinas e quadras, mas há também três teatros. A expectativa é que o local retome sua vocação de centro teatral, já que antes da reforma ele foi palco de espetáculos antológicos do diretor Antunes Filho, como a "Medeia" estrelada por Juliana Galdino.

Foto: Augusto Gomes

Vista interna do Sesc Belenzinho

Antunes, obviamente, estará presente na reinauguração do espaço. Seu Centro de Pesquisa Teatral vai apresentar dois espetáculos neste final de semana, "Lamartine Babo" (sábado, às 14h) e "Prêt-à-Porter 10" (domingo, às 18h30). O final de semana de abertura do Sesc Belenzinho ainda terá "Mary Stuart", monólogo estrelado por Denise Stoklos (sábado, 16h), e "Poltrona Escura", adaptação de diversos contos de Luigi Pirandello com o ator Cacá Carvalho (sábado, às 14h, e domingo, àS 15h30). Esse e os demais espetáculos (veja a lista completa abaixo) têm entrada gratuita.

Outros destaques da programação estão na música. No sábado, ao meio-dia, o grupo mineiro Pato Fu vai apresentar o show "Música de Brinquedo", em que interpreta sucessos do pop mundial usando somente instrumentos de brinquedo. Às 16h, o rapper Xis apresenta seu trabalho tanto como MC quanto como DJ. No domingo, haverá outras duas ótimas apresentações: às 14h30, Jards Macalé e Jorge Mautner cantam clássicos de suas carreiras e, às 17h30, é a vez do virtuose do violão Yamandu Costa mostrar a sua música.

Mas o grande destaque musical será no sábado, às 20h. Num show concebido especialmente para a ocasião, o grupo Pau Brasil recebe convidados como Edu Lobo, Joyce, Monica Salmaso e Dori Caymmi para contar a história da música brasileira através de várias canções, de Villa-Lobos a Chico Buarque.

"A inauguração de uma nova unidade é um momento dos mais importantes para a instituição, em que ampliamos nossa capacidade de atendimento para oferecer à população de São Paulo mais opções de programas de lazer, cultura e a educação permanente", afirmou o diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda. É apenas a segunda unidade do Sesc na Zona Leste de São Paulo - a primeira é a de Itaquera. Em março do ano que vem, deve ser inaugurada uma nova unidade, no Bom Retiro, na região central de São Paulo.

Foto: Augusto Gomes

Piscina do Sesc Belenzinho

Além das salas de espetáculos, piscinas e quadras, os seis pavimentos do Sesc Belenzinho incluem biblioteca, lanchonetes, consultórios odontológicos, sala de internet, oficinas e espaço para exposições. A unidade ainda reúne uma série de especificações para eficiência energética como aquecimento solar para a água do banho e das piscinas externas e aquecimento das piscinas internas com o rejeito do ar-condicionado, além de captação e reaproveitamento das águas das chuvas para irrigação e descargas.

A estimativa é a de atender um público de quatro mil pessoas/dia durante a semana e oito mil pessoas/dia aos finais de semana e feriados. Veja abaixo a lista de eventos do final de semana de inauguração do Sesc Belenzinho, todos com entrada gratuita. O endereço é Rua Padre Adelino, 1000, próximo à estação Belém do metrô.