FRONTISPÍCIO DAS ARTES

A arte começa onde a imitação acaba. Oscar Wilde

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

VOTAR EM QUEM?

Voto neste ano naqueles candidatos que realmente desejam uma Mogi das Cruzes mais democrática, menos desigual. Que as pessoas, as de periferia, tenham as mesmas oportunidades de vida que os moradores do perímetro central. Que mais espaços de empregos estejam localizados nos seus próprios bairros. Que mais escolas de qualidade formem cidadãos participantes e não pessoas preocupadas apenas com o seu sucesso profissional.

Que mais centros de saúde se comprometam a uma medicina preventiva e não somente com as doenças instaladas. Estas, como atualmente são tratadas, não podem ter meses para o seu diagnóstico e cura.

Que se faça uma segurança pública em prol da paz formando uma polícia comunitária e não a da guerra voltada contra os pobres.

Voto naqueles candidatos que irão cumprir com seu dever legislativo: fiscalizar e apresentar projetos criativos para melhoria da cidade. Repito: vereadores deveriam se comportar como ouvidores dos munícipes e não como placebos do poder.

E por quê? Sendo fiscalizados, os prefeitos tenderão propor orçamentos corretos, justa aplicação dos investimentos, perfeitas licitações, metas transparentes de realizações de obras, etc. E não sintam receio dos movimentos sociais que, sem interesse na promoção partidária ou pessoal, apresentam soluções para os mais diversos problemas locais.

Nestas eleições, voto naqueles candidatos que se preocupam com a Cultura mogiana, tão desprezada por anos a fio. Diagnóstico local: os artistas das mais variadas áreas estão se deslocando para outros centros mais receptivos. Por aqui, inexistem espaços apropriados - só galpões - para artistas plásticos apresentarem seus trabalhos.

Aqui, sequer houve um, apenas um, encontro com grandes intelectuais brasileiros (Ferreira Gullar ou Ariano Suassuna, por exemplo). E principalmente: desde 1933, todos os prefeitos prometeram construir o nosso Centro Cultural, mas cultura por aqui, parece que rima com urticária nas ideias.

Enfim, Mogi das Cruzes, desde a época do prefeito Waldemar Costa Filho (com exceção do ex-secretário Armando Sérgio da Silva) foi um cemitério público das artes em geral. Que pena...

Voto naqueles candidatos que defendam os chacareiros estando ao seu lado pela posse de suas terras tão violentamente atingidas por interesses particulares. Voto naqueles candidatos que desejam controlar o apetite de construtoras que fazem de nossa cidade um paliteiro imobiliário.

Voto por uma Mogi das Cruzes mais justa.


Mário Sérgio de Moraes
é historiador e professor de Cultura Brasileira